sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O País da Coragem

No dia do lançamento da 1ª pedra da Barragem do Tua, o governo na sua máxima expressão celebra a coragem do feito, a que nenhum mortal tinha ainda ousado e que só ele governo no cumprimento estrito do grande valor pátrio conseguiu conceber. Só podemos estar satisfeitos, pois o progresso tecnológico e energético fará sair-nos desta crise incompreensível.

Afinal não sabe a EDP publicitar a sua capacidade de concretizar a biodiversidade, quando se destroem habitats, espécies vegetais e animais. As medidas compensatórias não serão aplicadas no território destruído. A própria capacidade de produção de energia eléctrica é de valor muito limitado, em valores globais. O caminho, aquele que nos têm feito tão prósperos é esta uniformização por um modelo económico que tanto dá a poucos e tanto tira a tantos.

Nada preocupante. Afinal é só um território, uma cultura, uma história. Mas em Lisboa, não conhecem o perfume dos lírios do campo, não sabem o valor do vento nas amoras, entre as caminhadas de pó e de luz. Os museus naturais não têm lugar nos gabinetes dos decisores fechados em gabinetes, onde o arco-íris é uma arqueologia, uma teimosia incompreensível.


Para relembrar a coerência com que este "País" tem tratado esse território único, o filme de Jorge Pelicano e um site que revela aos ignorantes pela memória e cultura de um território, a sua beleza que agora se inicia a sua destruição, sistemática e corajosa. Eis algo que nos devia indignar.

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