sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

No nascimento de Garrett


"Não: plantai batatas, ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazeis caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, estas horas contadas de uma vida toda material, maçuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente do que a que hoje vivemos. Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana?"

(Nas viagens por um Ribatejo, onde o imobilismo social anunciava solidamente as dificuldades da sociedade liberal em se afirmar nos seus princípios mais nobres.)

Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra

A Guerra Colonial


É certamente uma das memórias mais lamentáveis da nossa história contemporânea. A que ditou o início do fim de um regime sombrio, onde uma geração foi sacrificada inutilmente à vontade de um homem que decidia o que um País inteiro deveria pensar e viver. É uma memória ainda pouco discutida e reflectida cara a cara com o quotidiano, por onde poderemos afirmar o que afinal somos, entre a mágoa e o futuro do que soubermos ser.

Faça lá um Poema

Quando eu for grande

Eu quando for grande
Quero ser futebolista
Mas há quem diga
Que dava um bom artista!

Com o meu talento
Posso ser arquitecto,
Por isso mãos à obra,
Para fazer um bom projecto!

Professor ou aviador
Tantas coisas que penso ser
Presidente ou agente
É simples, basta crescer!

Pedro Miguel de Matos Tavares