domingo, 13 de dezembro de 2009

Nos 40 anos do Veto Teatro Oficina



   Ontem, sábado, doze de Dezembro o Veto, grupo amador de teatro de Santarém desfilou as suas memórias de quarenta anos a projectar emoções e a representar para tantas audiências aqueles que foram os marcos da sua história.
  O Veto, fundado em Outubro 1969 por um conjunto de apaixonados pela arte de representar e transfiguar o quotidiano, tem nestes quarenta anos dedicado-se à representação de peças para crianças, mas também à declamação de peças do teatro experimental. Bertold Bretch, Raúl Brandão nos anos setenta ou mais recentemente aqueles que foram marcas de uma cidadania, O Baile, Guilherme Tell tem os olhos tristes, Branco, Vermelho e Preto ou Macbeth Talvez.
  Os actores e actizes que têm dado corpo ao Projecto contaram as suas histórias e numa noite agradável desfiou-se um pouco desta memória, que nem sempre tem o reconhecimento e o apoio que merecia e que é necessário. 
 Necessário para a continuação da implementação de novos projectos, mas também para assegurar essa descoberta das outras moradas pessoais que moram em cada um de nós, como representações do homem perante o universo. É indispensável dar mais visibilidade a este tipo de iniciativas de modo a que se perceba uma maior participação das pessoas, da cidade, pois a cultura é condição essencial para um esclarecimento pessoal e uma participação cívica. 
  O teatro é nesse sentido uma resposta e uma oportunidade de serviço à comunidade e de desenvolvimento social.


Imagem, in vetoteatroficina.blogspot.com

Prémio Pessoa 2009



  O Prémio Pessoa é uma iniciativa do Jornal Expresso, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, que anualmente há vários anos destaca uma figura nacional que numa área científica ou cultural seja um exemplo e uma inspiração para todos.
   No presente ano, o Prémio Pessoa foi entregue a D. Manuel Clemente, bispo do Porto.
   D. Manuel Clemente é uma figura da Igreja que nela e fora dela tem procurado desenvolver uma atitude humanista e tolerante, onde se vislumbra uma profunda preocupação pelas questões da solidariedade e da exclusão social.
   É um homem que tem procurado dentro da Igreja inscrever a cultura e as suas questões na abordagem à sociedade e na decifração do que são os portugueses como povo. Tem por isso no campo da História uma obra muito interessante, onde as questões da cultura e da arte estão presentes.
  No momento em que faltam ao País instituições e pessoas capazes de mobilizar os cidadãos para uma ideia de serviço à conumidade, é essencial destacar pessoas que apelam em diferentes foros à responsabilização individual e à participação cívica. O seu próprio papel como bispo do Porto tem sido usado para levantar o ânimo a uma cidade a uma região que necessita de um estímulo para se reerguer das suas dificuldades no tecido económico e social.
 Sendo uma figura da Igreja, e sendo a primeira figura do clero a receber esta distinção, certamente novas janelas se abrirão para que aquela instituição cada vez mais possa influenciar a  discussão das questões e seja uma círculo de esperança para um País abandonado a uma ideia de futuro.