Rosa Salvado Mesquita apresenta-nos um livro suave, poético e cadenciado como um dos improvisos de uma obra imortal, a música de Chopin. Ilustrado por Carlos Martins Pereira somos conduzidos pelas etapas da vida de Frédéric Chopin, numa sequência que nos transmite alguns dos valores e da atmosfera que são característicos da sua obra e pessoa.
Pela sua leitura absorvemos as tradições e lendas da Polónia do século XIX, dos seus campos verdes, de uma geografia que ainda vivia nos valores da aristocracia. Passeamos pelos bosques de pinheiros e bétulas de ar puro e tranquilo, onde uma cultura seria posta à prova perante a invasão do czar da Rússia...
Sentimos o coração de pássaro a elevar-se na cidade antiga, nas suas ruas, à procura de novos desafios, como em Paris, onde as teclas inspiradas ressoam as «mazurcas» e as «polonaises», fazendo abrir o seu talento a novos públicos, a corações diversos.
Entre Paris, Nohant e Londres, a simplicidade e a discrição. Mas também a sua respiração cansada, entre o sol e os dias húmidos, onde recria a sua esperança melodiosa, onde igualmente exprime a saudade de Varsóvia.
Com Chopin assistimos à concretização das ideias do romantismo, onde o indivíduo, a sua liberdade e a sua criação se exprimem de forma entusiasmada. A simplicidade e o rigor de uma música que fará do piano uma caixa de sons animados, capaz de nos transportar a um reino de beleza. Com O Meu Primeiro Chopin, os leitores conhecem a vida e os pormenores mais significativos que deram o molde a um dos mais importantes criadores da História da Música.
Uma música que tal como em Mozart nos permita chegar a essa ideia que Cristina Carvalho expõe de forma tão inspirada. Isto é que «ao ouvi-la talvez os homens não morressem, talvez desaparecessem por um longo período, que talvez se transformassem noutros homens; que talvez a noite não descesse tão cruelmente sobre todas as vidas; que talvez esta música proporcionasse algum milagre.» (1)
Uma música que tal como em Mozart nos permita chegar a essa ideia que Cristina Carvalho expõe de forma tão inspirada. Isto é que «ao ouvi-la talvez os homens não morressem, talvez desaparecessem por um longo período, que talvez se transformassem noutros homens; que talvez a noite não descesse tão cruelmente sobre todas as vidas; que talvez esta música proporcionasse algum milagre.» (1)
(1) Cristina Carvalho, Nocturno, pág. 167
Imagens, in Carlos Martins Pereira, O Meu Primeiro Chopin