sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Da Silly Season

A siily season deu-nos algumas novidades. Talvez seja por isso que fomos informados que centenas de escolas do 1º Ciclo foram encerradas e formaram-se alguns novos hiper agrupamentos.

Nesta dualidade de iniciativas, um objectivo único e transcendente, tornar o País num campo de oportunidades educativas, onde o sucesso estará ao alcance de todos. O fim das reprovações também anunciado é o ponto de equilíbrio que dará ao sistema educativo toda a sua amplitude de transformação.

A Ministra da Educação propõe-se escrever uma aventura onde crianças atravessarão estradas enregeladas (porventura não conhecerá a topografia de locais como Trás-os-Montes), levantando-se antes do nascer do sol e irão deitar-se muito depois do sol dormir no horizonte. Será um aventura estranha em locais, onde ainda há duas gerações se julgava que o território era um espaço de construção para todos. Do abandono dos comboios, ao fim dos rios, o encerramento de escolas representará um abandono de um mundo rural e a desvinculação a territórios culturais e de memória para futuras gerações.

Sendo necessário fechar algumas escolas, é pelo número de alunos que as frequentam, ou deveria antes ser usado o critério da observação das qualidades educativas das actividades aí desenvolvidas? Todos sabemos que existem escolas a fechar que foram premiadas pelos projectos aí desenvolvidos. A fúria tecnológica não comporta olhares objectivos e humanizados. Fala-se muito do sucesso educativo. Onde podem existir qualidades educativas, quando o sucesso, sinómimo de trabalho e de esforço, o desempenho e a persitência não são variáveis de uma equação a trabalhar, a transformar em conhecimento?

Organizado a partir de um centro cosmopolita e de vanguarda ideológica, de Lisboa para todo o País se estende uma filosofia de eduquês, que não permite a possibilidade de construir individualmente, diferentemente, com ideias próprias para comunidades culturalmente diversas.

A educação tornou-se em Portugal, um combate de pequenas disputas, onde se trocam subsídios por pessoas, nessa vã glória de que a imagem, a virtualidade nos fará saber pensar, reflectir e participar. O futuro há-de-nos garantir a construção de uma cultura, de uma sociedade onde o saber estará reduzido à minoria que acha, que existir, sem participar é um fraco e medíocre testemunho aos mais jovens