Três Chávenas de Chá, Greg Mortenson e David Relin
«O nosso clamor é um vento forte que atravessa a terra.» (1)
Ouvimos e vemos demasiadas vezes notícias que nos relatam a pobreza extrema, as doenças de que sofrem milhões de pessoas neste planeta. Assistimos hoje a mais um indigno atentado suicida no Paquistão contra mulheres e crianças. Sentimos em vastas zonas do globo a indiferença para com a vida em actos de extrema violência. Observamos como o analfabetismo tem sido aproveitado em Países como o Afeganistão ou o Paquistão para convocar crianças para o absurdo.
Existe alguma forma de superar esta epidemia do espírito, esta doença que ameaça o coração do Homem?
Um alpinista americano, Greg Mortenson, ao escalar o K2, a segunda maior montanha do Planeta conheceu num povo quase desconhecido a sua hospitalidade e a sua cultura tão antiga. Nos territórios do fundamentalismo islâmico, entre os caminhos da Al-Kaeda e dos Talibãs, em horizontes de esquecimento, um homem tentou estabelecer o contacto entre mundos tão diversos.
Entre o Paquistão e o Afeganistão um homem procurou construir a paz com o desenvolvimento comunitário, com a instrução. Com a ideia de criar escolas, especialmente para meninas, criou uma resposta generosa e inteligente. Onde tantos parecem apenas ver a guerra como resposta à intransigência, um homem conseguiu fundar o Insituto da Ásia Central, uma ONG, para apoio a pessoas que em locais esquecidos procuram lutar contra o vazio dos madraçais e das ideias intolerantes de que se alimenta o terrorismo.
É uma imensa lição. Uma recompensa visível no sorriso brilhante daquelas crianças que nos ensina que só de olhos abertos se pode intervir no mundo. É uma lição que nos ensina o valor da solidariedade para cada dia, que é o nosso futuro e o reconhecimento de que a alfabetização e o conhecimento podem transformar o quotidiano e ajudar a evoluir a organização social de comunidades.
É um livro que nos envolve com o mais importante, a vontade, a determinação de cada homem. Um livro que conta uma história real e que comprova mais uma vez a ideia de que as mudanças têm de passar sempre pelo individual, pois cada um de nós representa «o resto da humanidade», nas palavras esclarecidas de Krishnamurti.
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(1) A Canção de Guerreiro do rei Gezar,
in Três Chávenas de Chá, Pág. 313
Imagem, in http://www.gregmortenson.com
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