quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010


Integrado no Projecto Europeu «Os Contos do Caminho», inicia-se amanhã a inauguração de uma exposição Os Sete Cabritinhos, de Teresa Lima no Bichinho de Conto. Com Texto de Tareixa Alonso e editado pela OQO esta exposição faz uma mostra da ilustração deste livro. A exposição estará patente até vinte de Março no espaço da conhecida livraria de Óbidos.

O Projecto «Os Contos do Caminho», é financiado por diversas entidades europeias, juntando Portugal, Espanha e França e é apoiado pelas editoras Bichinho de Conto, OQO e La Compagnie Créatrice. 

«Destinado prioritariamente a crianças do Ensino Básico, este projecto visa promover junto do público infantil o conhecimento do Caminho de Santiago e os seus traços europeus enquanto itinerário cultural de encontros e trocas entre as diferentes culturas.

Por outro lado, procura promover também obras de arte e contos de tradição oral dos vários países europeus. O projecto compreende o livro e a leitura, para além da salvaguarda do património, visando o desenvolvimento do espírito criativo da criança. Apoia-se na palavra do contador, na imagem ilustrada, na narração audio-visual e na fotografia.

Durante seis meses (de Janeiro a Junho de 2010), mais de 20 000 crianças dos três países percorrerão simbolicamente o Caminho de Santiago através de ateliers do conto e da arte.» (1)

(1) in http://olivroinfantil.blogspot.com

Beatriz e o Plátano - 3º/4ºD

(Paulo Inhuaz)

(Pedro Miguel Tavares)

(João Almeida)

(Ricardo Henriques)

(Trabalhos realizados pelos alunos do 3º/4ºD, a partir da leitura de Beatriz e o Plátano, de Ilse Losa, feita pela Professora Paula Cristina Silva).

Leituras...

Beatriz e o Plátano

Certo dia constou que as autoridades tinham resolvido deitar o plátano abaixo. Achava elas que o novo edifício dos Correios ficaria mais bonito se não houvesse nada a ensombrá-lo. Iria ter a fachada pintada de duas cores, caixilhos de alumínio e, ainda, um painel de azulejos por cima da entrada. Ora o que era uma velha árvore comparada com tal modernidade e esplendor? Assim pensavam as autoridades que se preparavam para ficar célebres na história da cidade e, uma das diligências mais importantes era, na ideia deles, acabar com as «velharias inúteis». Era assim que classificavam as árvores com centenas de anos de idade.

Beatriz, quando soube da notícia, ficou alarmada. Como era possível que alguém se atravesse a deitar abaixo o plátano, o seu velho amigo, o mais lindo plátano em toda a cidade e sempre tão apreciado que até servira para dar nome à rua onde crescera? E não faria tão boa figura em frente do novo edifício como a que tinha feito em frente do desaparecido? Não continuaria também a dar hospedagem aos pássaros e abrigo às pessoas nos dias chuva ou sol?

Que mais podia um edifício novo desejar do que ter como enfeite uma árvore daquelas, conhecedora de tudo o que, durante alguns séculos, acontecera na Rua do Plátano? E talvez até soubesse falar, é bem possível, e então talvez pudesse contar ao edifício novo tudo aquilo a que assistira nos tempos passados. Foi em tudo isto que Beatriz pensou.

Falou aos pais e aos professores, mas ninguém lhe indicava uma solução para o caso. Todos diziam: - Quem manda na cidade são as autoridades. Finalmente, Beatriz resoveu escrever uma carta a essas autoridades que, no seu entender, estavam prestes a cometer uma falta irreparável pois, mesmo se um dia se viessem a arrepender de ter feito perder à cidade o plátano mais lindo que lá havia e se resolvessem  a plantar outro, quantos e quantos anos não levaria ele a fazer-se uma árvore que se visse!  Foi o que explicou na carta e, no fim rematou:

«As senhoras autoridades decerto vão achar que eu tenho razão e, por isso, desistirão de deitar abaixo o plátano da Rua do Plátano. Hão-de ver que vai fazer o mesmo vistão em frente do novo edifício dos Correios que fazia em frente do velho.
Muitos cumprimentos da Beatriz.»