segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Poema Final


O vento sopra contra
As janelas fechadas

Na planície imensa
Na planície absorta
Na planície que está morta,

E os cabelos do ar ondulam loucos
Tão compridos que dão a volta ao mundo.

Sento-me ao lado das coisas
E bordo toda a noite a minha vida

Aqueles dias tecidos
Que tinham um ar de fantasia
Quando vieram brincar dentro de mim.

E o vento contra as janelas
Faz-me pensar que eu talvez seja um pássaro.



Sophia, «O Vento», in Coral

(No encerramento do blogue, a poesia de Sophia, que nos inspira sempre a territórios novos, onde nos podemos reinventar. Mais uma vez, felicidades a todos.)