O vento sopra contra
As janelas fechadas
Na planície imensa
Na planície absorta
Na planície que está morta,
E os cabelos do ar ondulam loucos
Tão compridos que dão a volta ao mundo.
Sento-me ao lado das coisas
E bordo toda a noite a minha vida
Aqueles dias tecidos
Que tinham um ar de fantasia
Quando vieram brincar dentro de mim.
E o vento contra as janelas
Faz-me pensar que eu talvez seja um pássaro.
Sophia, «O Vento», in Coral
(No encerramento do blogue, a poesia de Sophia, que nos inspira sempre a territórios novos, onde nos podemos reinventar. Mais uma vez, felicidades a todos.)
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