segunda-feira, 5 de abril de 2010

Evocação de Salgueiro Maia

A Salgueiro Maia

Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido

Aquele que deu tudo e não pediu a paga

Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite

Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício

Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida»
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse

Sophia, Antologia Poética III

(Nos dezoito anos [feitos ontem]do desaparecimento físico de um homem que é um exemplo tão raro da dignidade de carácter, do valor do bem comum, da nobreza do ser na História Portuguesa Contemporânea. A breves dias do 25 de Abril, importa realçar o seu exemplo, a sua individualidade, o seu espírito por uma sociedade mais justa, acima de uma rotina que nem sempre alcança o essencial.)

Na Memória de Aristides de Sousa Mendes



Em quantas figuras podemos nós encontrar toda a humanidade, identificar o valor espiritual da dignidade do homem acima de qualquer sistema religioso ou político? A que homens podemos nós associar a esta ideia de generosidade, de uma consciência humana escrita não em plavras, mas em actos de coragem e sacrifício? Em que exemplos podemos nós concretizar esse exemplo maior, capaz de nos encaminhar para um País, uma Humanidade mais justa? Se na História Contemporânea mundial eles são escassos, neste País quase não existem.

Há dois dias (justamente a três de Março) que contámos cinquenta e seis anos do desaparecimento físico de um homem que fez da sua vida uma dávida de graça e generosidade na defesa dos direitos humanos. Se a imaginação suporta a criatividade, só a coragem pode libertar a pequenez humana que neste País viveu por tantas décadas. Chamava-se Aristides de Sousa Mendes e o cônsul de Bordéus foi um ser humano imenso. Usou as suas capacidades na defesa que fez da ideia de que acima da Lei está o serviço à Humanidade.
Deixamos abaixo um link para um recurso que permite conhecer melhor a sua acção em tempos onde a coragem das ideias era muitas vezes, demasiadas vezes um risco à própria vida.