domingo, 7 de fevereiro de 2010

«Faça Lá um Poema» - Gonçalo Faro (4ºA)

O Caminho da Luz

Na praia não há nada
mais azul do que o mar.
Todos se sentam na areia a vê-lo.
Lá dentro os rapazes fazem surf
e há pessoas a nadar.

Os mergulhadores na escuridão
vão até ao fundo do mar.
E vêem tudo iluminado
por uma estrela-do-mar a brilhar.
À noite
a lua ilumina a cidade.
E quem olha para ela
vê e descobre a sua identidade.

As estrelas iluminam
o caminho do céu.
E é tudo tão belo
que ninguém consegue acreditar.
Nem eu.

O escuro da noite
mete medo a alguém
que está sozinho.
Passo eu por ali
e mesmo sem querer
Ilumino o seu caminho.

A Pobreza ...

«A Pobreza é a pior forma de violência». (Mahatma Gandhi)

"[O presidente da AMI, Fernando Nobre, criticou hoje a posição das associações patronais que se têm manifestado contra aumentos no salário mínimo nacional. Na sua intervenção no III Congresso Nacional de Economistas, Nobre considerou "completamente intolerável" que exista quem viva "com pensões de 300 ou menos euros por mês", e questionou toda a plateia se "acham que algum de nós viveria com 450 euros por mês?"

Numa intervenção que arrancou aplausos aos vários economistas presentes, Fernando Nobre disse que não podia tolerar "que exista quem viva com 450 euros por mês", apontando que se sente envergonhado com "as nossas reformas".

"Os números dizem 18% de pobres... Não me venham com isso. Não entram nestes números quem recebe os subsídios de inserção, complementos de reforça e todos outros. Garanto que em Portugal temos uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha..." disse ainda.

"Quando oiço o patronato a dizer que o salário minimo não pode subir.... algum de nós viveria com 450 euros por mês? Há que redistribuir, diminuir as diferenças. Há 100 jovens licenciados a sair do país por mês, enfrentamos uma nova onda emigratória que é tabu falar. Muitos jovens perderam a esperança e estão à procura de novos horizontes... e com razão", salientou Fernando Nobre.

O presidente da AMI, visivelmente emocionado com o apelo que tenta lançar aos economistas presentes no Funchal, pediu mesmo que "pensem mais do que dois minutos em tudo isto". Para Fernando Nobre "não é justo que alguém chegue à sua empresa e duplique o seu próprio salário ao mesmo tempo que faz uma redução de pessoal. Nada mais vai ficar na mesma", criticou, garantindo que a sociedade "não vai aceitar que tudo fique na mesma".

No final da sua intervenção, Fernando Nobre apontou baterias a uma pequena parte da plateia, composta por jovens estudantes, citando para isso Sophia de Mello Breyner. "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado", citou, virando-se depois para os jovens e desafiando-os: "Não se deixem acomodar. Sejam críticos, exigentes. A vossa geração será a primeira com menos do que os vossos pais".

Fernando Nobre ainda atacou todos aqueles que "acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros quanto outros vivem com pensões de 130, 150 ou 200 euros... Não é um Estado viável! Sejamos mais humanos, inteligentes e sensíveis"]". (1)

(Com a humanidade de quem vê rostos humanos em cada geografia, a denúncia do conformismo que nos mantém como uma país sem brilho, onde dois milhões de pessoas estão em situação de pobreza. Isto é, em situações tão evidentes, como a alimentação, a saúde, o vestuário ou a habitação estão à margem de um múmero crescente de pessoas. No ano internacional contra a pobreza, aqui está um assunto que devia fazer reflecir todos. Se a luta contra a pobreza não rompe a evolução social, que perspectiva existe de reduzir significativamente este desolador cenário?)

(1) citado de http://www.ionline.com