Aqueles dias tecidos que tinham um ar de fantasia quando vieram brincar dentro de mim (Sophia)
sábado, 9 de janeiro de 2010
Fotógrafos...
«(...)Através do mistério que se embala/No verde dos pinhais na voz do mar» (1)
A imagem, seja pela fotografia ou pela ilustração, é um recurso de grande importância para os criadores que procuram contar uma história, imaginar um sonho ou colocar questões sobre as diferentes culturas do planeta. Iniciamos este mês a apresentação de alguns desses criadores.
Constatine Manos é um fotógrafo que tem criado imagens muito sugestivas, onde se sugerem ideias sobre a diversidade da cultura americana em diferentes locais como a Costa da Califónia ou New Orleans. Sem a preocupação de dar respostas ou de categorizar uma cultura dá-nos imagens, espelhos vários na sua diversidade. A relação do indivíduo com o tempo, ou as diferentes faces da vida contemporânea são por este fotógrafo da Casa Magnum apresentadas de uma forma muito sugestiva e interessante.
O trabalho de imagem de Constantine Manos. Aqui.
(1) Sophia, «Um Dia», Obra Poética
Imagem, in http://www.magnumphotos.com
Leituras...
«O apelo da leitura, pensou vinha da sua indiferença: havia na literatura algo de nobre. Os livros não se importavam com quem os lia, nem se os líamos ou não. Todos os leitores eram iguais, incluindo ela própria. Pensou: a literatura era é uma comunidade; as letras uma república.» (1)
A Leitura e os livros, não só a sua utilização esporádica, mas a sua utilização frequente, a sua paixão pode nos transfigurar o quotidiano?
Imaginemos que a Rainha de Inglaterra, ela própria, Isabel II, no seu passeio mantinal com os seus cães, encontra a Biblioteca itinerante da cidade de Westminster no seu palácio. Episódio incial que a levará a descobrir-se uma leitora apaixonada. Um facto simples criará profundas alterações na sua rotina diária e na sua própria Corte.
Facto admirável já que a Rainha já antes lia, era proprietária de várias bibliotecas, e assim sendo qual o espanto?
A Rainha descobriu que a leitura abria janelas sobre outros horizontes, geografias, revelando ideias, vidas, mundos. A descoberta da rainha incomodou o seu círculo na Corte, pois para que lia Sua Majestade, nesta idade, e com o conhecimento tão vasto do mundo? A Rainha descobriu na leitura a possibilidade de colocar o simples prazer à frente do dever e o de pertencer a uma comunidade anónima, incógnita e com direitos iguais.
Isabel II descobriu na leitura as imensas possibilidades de se reconhecer, renascer, aprimorar a sua participação na vida do Reino. Deu-lhe igualmente a noção de que é a escrita que permitirá a intervenção e a acção. E mais uma vez desconcerta o seu público pela expectativas que cria. E também nós aprendemos essa ideia que alguém já expressou, a de que poucas figuras terão exercido e compreendido a Democracia de uma forma tão singular.
A Leitora Real de Alan Bennett é um livro delicioso. Uma espécie de conto de fadas, onde com espírito pragmático, tão british, nos dá um retrato de lucidez de uma figura, que é tantas vezes associada a aspectos ornamentais de uma monarquia, mas que se preocupa em defender uma abertura a todos.
Se é um livro sobre a paixão pelos livros e o poder transformador da leitura, é igualmente um livro sobre os rituais de uma Monarquia e ainda, um leve, divertido e sedutor «tratado contra a estupidez (The Times)». A ler.
(1) Alan Bennett, A Leitora Real, Pág. 34
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