segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Memória do Imperador Adriano

"Quase todos desconhecem igualmente a sua justa liberdade e a sua verdadeira servidão. (...) O que me interessava não era uma filosofia do homem livre, mas uma técnica: queria encontrar a charneira em que a nossa vontade se articula ao destino, onde a disciplina secunda a natureza em vez de a refrear. (...) A vida era para mim como um cavalo a cujos movimentos nos unimos, mas depois de o ter ensinado o melhor possível. (...)

Porque espero pouco da condição humana, os períodos de felicidade, os progressos parciais, os esforços de recomeço e de continuidade parecem-me outros tantos prodígios que compensam quase a massa enorme dos males, dos fracassos, da incúria e do erro. (...) As palavras liberdade, humanidade, justiça reencontrarão aqui e ali o sentido que temos tentado dar-lhes". (...)

Alguns homens pensarão, trabalharão e sentirão como nós; ouso contar com esses continuadores colocados a intervalos irregulares dos séculos, com essa intermitente imortalidade."(1)


(Na substância do tempo ele é já uma memória muito distante. Vivemos num tempo que emerge um continente onde o papel das ideias não parece ser suficiente para criar uma memória digna em tantos seres. Apenas o valor utilitário parece ser credível das acções e das opções, onde a preocupação solidária se afasta na contabilidade dos orçamentos tão afastados do coração das pessoas. Adriano uma das mais nobres figuras do Império Romano, onde ainda podemos aprender o que significa o governo da cidade, como espaço de sociedade.)

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