segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Fernando Pessoa - O Assombro (2)

Isto



Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.


Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.


Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!


Fernando Pessoa, Obras Completas, Assírio&Alvim
Imagem, in somethingexperimental

Fernado Pessoa - O Assombro (1)



Se, depois de eu morrer...

«Se, depois de um morrer, quiserem escrever a minha
biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas,
a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.


Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque
nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento
de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas
das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas
iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso fui o único poeta da Natureza».

Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos
Imagem, in resistenciasculturais.blogspot.com

Fernando Pessoa - A Biografia de um Génio



«Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo» (1)


  Fazer uma biografia de um poeta é uma inutilidade, no sentido que a sua vida são as suas palavras. Por elas compôs o mundo, em sentidos de esperança e transformação, no desejo de reajustar o real ao grande sonho do homem, a sua dignidade natural. Tratando-se de Pessoa a sua poesia diz-nos muito dessa integridade do ser, de uma consciência para compreender a multiplicidade do mundo.
  A sua poesia representa a multiplicidade do homem, a sua universalidade em se descobrir capaz de realizar sonhos, olhares, caminhos. As linhas abaixo apenas traçam alguns que foram os seus gestos quotidianos de uma vida complexa de definir.
  Fernando Pessoa nasceu em Lisboa, a treze de Junho de 1888, sendo a sua mãe natural da Ilha Terceira, Açores e o seu pai era de Lisboa. Com a perda do pai em 1893, a família mudou-se para Durban, na África da Sul, na medida em que o seu padrasto era naquela cidade cônsul. Pessoa viveu em Durban de 1896 a 1905, tendo aí realizado os estudos, desde a escola primária à frequência no Ensino Superior.Em 1906 ainda se matricula no Curso Superior de Letras da Universidade de Lisboa que abandonou no ano seguinte.
  Os seus primeiros escritos datam de 1910 e a partir de 1913 participa com Almada Negreiros e Mário de Sá-Carneiro no movimento de ideias, o Modernismo. Com este movimento surgirá Orpheu, revista literária modernista, que difunde as novas ideias que já há algum tempo circulavam pela Europa.
 Em 1925, perde a sua mãe, desgosto que marcará a sua vida futura, e do qual nunca verdadeiramente recuperou. A partir de 1926 escreve  poemas que irão integrar um dos seus heterónimos, Bernardo Soraes, O Livro do Desassossego. Em 1934 publica a Mensagem.
  Morre a trinta de Novembro de 1935 devido a uma grave crise hepática, provocada pelo excesso do consumo de aguardente. Deixou-nos uma obra vastíssima, ainda por conhecer completamente e que a pós a sua morte foi sendo publicada e descoberta.


(1)  Alberto Caeiro, Guardador de Rebanhos
Imagem, in luso-poemas.net

Pessoa ou a Identidade Perdida - Profª Ana Oliveira



Quem mais do que ele era ele? Foi o que se perdeu em si mesmo, por uns copos a mais ou pelas alucinações opiáceas muito em voga naquela altura? Fosse como fosse ou porque fosse, para além do poeta imergiu o filósofo da identidade perdida que por acaso até era a sua. Nota-se em toda a obra uma profunda angústia depressiva, uma ruptura do Eu com o mundo exterior e o inevitável refúgio num mundo alucinatoriamente centrado em si mesmo. Todos os heterónimos reforçam a ideia do isolamento, num universo humano de incompreensão e vazio de atitudes reflexivas.    


Por breves instantes, talvez mais em Álvaro de Campos, nota-se um verdadeiro esforço para valorizar o Outro «És importante para ti porque só tu és importante para ti. E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?». Mas mesmo aqui a sua escrita é decerto uma admoestação ao próprio e aos seus súbitos delírios de insatisfação. Em Alberto Caeiro, a mesma descrença nos outros continua presente «Falaram-me os homens em humanidade. Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade. Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si. Cada um separado do outro por um espaço sem homens.» Ricardo Reis revela um Pessoa em constante combate com Deus e com a ideia da existência de um ser superior. Para «calar» esse Deus, desenrola a sua vasta cultura clássica, criando uma tal Lídia para o guiar no percurso dessa revolta «Da verdade não quero mais que a vida; que os deuses dão vida e não verdade, nem talvez saibam qual a verdade.» Bernardo Soares é na minha perspectiva, o expoente da desilusão de Pessoa em relação tudo e todos «A mais vil de todas as necessidades - a da confidência, a da confissão é a necessidade da alma de ser exterior.
Confessa, sim; mas confessa o que não sentes. Livra a tua alma, sim, do peso dos teus segredos, dizendo-os; mas ainda bem que os segredos  que digas, nunca os tenhas tido. Mente a ti próprio antes de dizeres essa verdade. Exprimir é sempre errar. Sê consciente: exprimir seja, para ti, mentir.»



Fernando Pessoa foi e continua a ser o paradigma da identidade perdida. Muitos psicólogos e psiquiatras se debruçaram sobre a sua vasta obra, descortinando nos poemas, uma possível esquizofrenia do poeta ou a tão famosa hoje, doença bipolar. Muitos chamam-lhe génio, outros consideram-no o maior poeta português de todos os tempos e ainda outros nunca o leram. 
Gostando ou não da sua obra, a verdade é que hoje, ela é, mais actual do que nunca. Leva-nos a reflectir sobre o individualismo que caracteriza a nossa sociedade, o consumismo versus o despojamento, os centros comerciais versus o contacto com a natureza, a legitimidade das acções versus os valores éticos das mesmas e o Eu versus os Outros.


Numa sociedade em que se conjuga o verbo sempre na primeira pessoa do singular está na altura de parar e reflectir: E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?»

sábado, 28 de novembro de 2009

Memória e Cidadania



 Nas sociedades democráticas, a informação e o conhecimento são instrumentos essenciais para permitir que os cidadãos, homens, mulheres e jovens possam reflectir sobre o seu quotidiano e participar com as suas opiniões, o seu entusiasmo na construção de cada comunidade. 
 Neste sentido a constituição de fundos de memórias que comportem imagens que fotografem a nossa realidade presente e passada é muito importante para a própria construção da cidadania. Ou seja, a iconogarfia, a literatura, os cartazes, os hábitos, modos de vida social.
 A disposição desta informação é essencial par tornar a sociedade mais próxima de uma opinião fundamentada, indispensável para uma participação cívica.
  A Koninklijke Bibliotheek (A Biblioteca Nacional da Holanda), A Openbare Bibliotheek de Amsterdam (Biblioteca Pública de Amesterdão), A  Rotterdam Bibliotheek (Biblioteca Pública de Roterdão) e o Stadsarchief en Deventer (Serviço de apoio às Bibliotecas na cidade de Deventer) uniram-se para criar uma extensa memória da cultura holandesa. A saber, a literatura infantil entre 1810 e 1950. 
 Destaque igualmente para a vida política e social da Holanda, com inclusão dos cartazes de figuras tão importantes como os Fugger ou a turbulência vivida durante o século XX. 
 Para os que pretenderem conhecer este grande espólio, basta clicar aqui.
  


sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Surrealismo de Dali no traço das crianças


(Sofia Salvador - 4º A)

(Maria Esteves - 4ºA)

(Luís Lin - 4º A)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

No Nascimento de Eça de Queiroz



   «Uma nação vive, próspera, é respeitada, não pelo seu corpo diplomático, não pelo seu aparato de secretarias, não pelas recepções oficiais,(...); isto nada vale, nada constrói, nada sustenta;(...). Uma nação vale pelos seus sábios, pelas suas escolas, pelos seus génios, pela sua literatura, pelos seus exploradores científicos, pelos seus artistas». (1)


   José Maria de Eça de Queiroz, o nosso Eça, nasceu a vinte de Novembro de 1845 na Póvoa do Varzim, justamente há cento e sessenta e quatro anos. É um dos autores mais importantes para o estudo da sociedade contemporânea portuguesa. A sua obra continua imensamente actual.
  Eça de Queiroz estudou entre o colégio da Lapa, na cidade do Porto e a Universidade de Coimbra, onde entra no primeiro ano, em 1861. Em 1866 forma-se em Direito e passa a viver em Lisboa, onde exerce a profissão de advogado. Nesse mesmo ano inicia a publicação de folhetins que são publicados na Gazeta de Portugal e mais tarde reunidos nas Crónicas Bárbaras.
  Entre 1869 e 1870 publica diferentes obras, como os versos de Fradique Mendes, O Mistério da Serra de Sintra em parceria com Ramalho Ortigão e inicia a publicação das Farpas. Em 1871 é nomeado 1º Cônsul nas Antilhas espanholas, transitando depois para Cuba onde permanece dois  anos. Em 1874, passa a desempenhar a sua actividade em Inglaterra e é em Newcastle que termina o Crime do Padre Amaro. Entre 1883 e 1887 refaz algumas das suas obras e publica o Conde D’Abranhos e Alves & Companhia. Em 1888 publica a sua grande obra, Os Maias e é nomeado Cônsul em Paris. Continuará a escrever diferentes textos e obras, como A Ilustre Casa de Ramires ou a publicação na Revista Moderna, em Paris.
  Eça de Queirós tendo vivido na parte final do século XIX soube pela sua capacidade de análise do quotidiano e da organização social, traçar com humor algumas das características deste País.
  O diagnóstico de uma classe política naufragada onde os interesses particulares parecem não ser capazes de organizar institucionalmente o País, onde as ideias tantas vezes decididas em circunstâncias de acaso parecem ameaçar um País de oito séculos de história à sua sobrevivência.
  Vindo do século XIX é um modernista na escrita e no pensamento que nos deixou. A sua obra tem a marca dos grandes escritores que pretendeu agitar nos cidadãos de um País a ambição não só de existir, mas de acompanhar a civilização nos seus aspectos mais modernos e transformadores da vida. 
  A utilização do humor, como forma superior de caricatura do mais banal e trivial no quotidiano deu-lhe uma dimensão quase intemporal pela afirmação da cultura e da arte como formas de exprimir uma sociedade. Sociedade cuja espuma dos dias é diferente pelos mais evidentes motivos, mas cujas ondas ainda se organizam em princípios que Eça explicitou há mais de um século.

(1) Eça de Queiroz, Distrito de Évora
Imagem, in contosdocovil.wordpress.com

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A Rómulo de Carvalho



 A vinte e quatro de Novembro celebra-se o Dia Nacional da Cultura Científica, que é na verdade uma homanagem a uma das grandes figuras do pensamento que este País tem, os poetas nunca morrem, Rómulo de Carvalho.
 Professor de Física e Química adoptou o pseudónimo literário de António Gedeão, com o qual exprimiu a beleza das palavras com a mesma intenção comunicativa com que misturava os sais e as bases. Humanista de profissão explicou-nos o que Newton e outros já tinham ensaiado. A saber, não há nenhuma contradição entre a poesia e a ciência. Afinal não são as duas, formas diversas, mas possíveis de medir e interpretar o mundo que nos rodeia, com simplicidade e assombro? Em sua homenagem alguns excertos de um dos seus poemas, neste dia de incentivo à cultura científica.


Um Poema Para Galileu


«Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não Galileu! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios).
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A ponte Vecchio,a Loggia, a Piazza della Signoria.
Eu sei... Eu sei...
A margem doce do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudades, Galileu Galilei!
(...)
Eu queria agradecer-te, Galileu,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste (...)
Teus olhos habituados à observação dos satélites e
das estrelas,
desceram lá das alturas
e poisaram como aves aturdidas (...)
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, (...)
que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
(...)
Tu é que sabias, Galileu Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer
homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.



Por isso, estoicamente,mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa dos quadrados dos tempos.»


 António Gedeão, Obra Completa
Imagem, in pordentrodaciencia.blogspot.com

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

No Nascimento de Herberto Helder



Súmula

«Sei que os campos imaginam as suas
próprias rosas.
As pessoas imaginam os seus próprios campos de rosas. E às vezes estou na frente dos campos
como se morresse;
outras, como se agora somente
eu pudesse acordar.
(...)
Ter amoras, folhas verdes, espinhos
com pequena treva por todos os cantos.
Nome do espírito como uma rosapeixe.
(...)
Sou uma devastação inteligente.
Com malmequeres fabulosos.
Ouro por cima.
A madrugada ou a noite triste tocadas
em trompete. Sou
alguma coisa audível, sensível.
Um movimento.
Cadeira congeminando-se na bacia,
feita o sentar-se.
Ou flores bebendo a jarra.
O silêncio estrutural das flores.
E a mesa por baixo.
A sonhar».


Herberto Helder, in Ou o Poema Contínuo, Assírio & Alvim


O Grilo Grilarim - Sofia Franco (4ºA)



Gri gri gri faz o grilo
a cantarolar sem parar
com uma dança de encantar,
sem querer ao rio foi cair.
Veio de lá zangado o crocodilo,
no seu sono acordado
e fez o grilo passar um mau bocado.

Dançar, cantar e arrasar
o grilo não parava
de ser espectacular.

Grilarim Trolaró ... - Constança Conceição (4ºA)

O grilo acordou sobressaltado
a pensar no que lhe tinha acontecido
e lembrou-se que tinha sido apanhado
então ele levantou-se e disse que ia ter uma vida nova.


Cheia de aventuras e emoções
como ele é o maestro da banda dos grilos
tem muitas digressões
e assim pode visitar todo o mundo.


Com esta nova vida poderá ser feliz
não estar sozinho, não sser antipático e ter mais amigos.
Ele pensou que nesta vida nova teria oportunidade de remediar as coisas
O grilo arranjou os amigos verdadeiros e juntos terão muita emoção.





sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Convenção dos Direitos da Criança



  Assinalam-se hoje os vinte anos da Convenção dos Direitos da Criança. Com ela a quase totalidade dos Países procurou melhorar as condições de vida das crianças. Os progressos nos últimos anos têm sido notáveis. Todavia o quadro ainda é trágico. 
 Existem milhões de crianças sem acesso a serviços essenciais à sua sobrevivência e desenvolvimento. A subnutrição, as doenças, a falta de alfabetização, a ausência de um registo, a violência, o trabalho infantil e a guerra expõem ainda milhões de crianças a uma vida carente de dignidade. 
 É contra esta realidade trágica que a UNICEF e diversas organizações de apoio à criança têm tentado apoiar a concretização das ideias da Convenção dos Direitos da Criança. Convenção que está organizada em diferentes artigos, suportados em princípios tão naturais como o direito à vida, o desenvolvimento humano, a não discriminação e o respeito pelo valor individual da vida de cada um. 
 A contínua evolução das condições em que vivem as crianças dependem de projectos governamentais, mas também da vontade e solidariedade individuais. É sobretudo a nível local que as mudanças podem ser mais eficazes. Os projectos desenvolvidos na Índia ou no Paquistão mostram que os cuidados da saúde básicos, a dignidade individual e a escolarização são factores de desenvolvimento das sociedades.


Imagem, in Quino, O Mundo de Mafalda, Bertrand

Literatura Infantil e Filatelia


(David Copperfield, República dos Camarões, 1970)


(Alice no País das Maravilhas, Grã-Bretanha, 1979)


(Enid Blyton, Os Sete, Grã-Bretanha, 1997)

Alguns exemplos maravilhosos da relação entre a Literatura Infantil e a Filatelia.


Imagens, in http://www.philatelia.net/literature

Da Rua do Contador Para a Rua do Ouvidor




  A turma C do 1º ano de escolaridade, leccionada pela professora Filomena Reis, ouviu os contos que se encontram no livro “Da rua do contador para a  rua do ouvidor”, cujo autor é António Torrado, com ilustrações de João Nunes, editado por Desabrochar.
 Tal como está referido na contracapa do livro, “há sempre alguém que conta e alguém que ouve contar”. Neste caso, foram estes alunos que, entusiasticamente, ouviram os dezassete pequenos e alegres contos, ao longo de dezassete dias, dos quais destacaram como sendo da sua preferência: “A borracha cansada” e “O senhor distraído”.
 “António Torrado gosta de contar histórias alegres e surpreendentes que atraiam ouvintes e leitores para a sua roda de contador jovial.

O Grilo Grilarim - Eduardo Santos (4ºA)

O Grilo Grilarim


Erva e água dá vida
ao grilo Grilarim
e tudo anda assim
sim, sim, sim!

No meio das alfaces
gosto eu bem de andar
só tenho que ter cuidado
com o que posso encontrar.

Gri! Gri! gri gri gri!

Pró campo gosto de ir
para me divertir
sem ouvir barulho
dou um mergulho

Gri! Gri! gri gri gri!

Na água vou cair
e logo subir
para não me afogar
dela vou sair!

Gri! Gri! gri gri gri!

Esta é a minha vida
de grilo Grilarim
e tudo anda assim
sim sim sim!



O Grilo Grilarim Trolaró (A Letra) - Rui Oliveira (4ºA)



O grilo vai torto.
Jamais se endireita.
O azar persegue.
Esconde-se à espreita.

Não deu uma nota.
Que fosse correcta.
Ele nunca fez nada.
Que batesse certo.

Enquanto cantava.
No fundo da rua.
Pensava na letra.
Se a sorte é sua.

Te-quero letra! Te-quero letra!
Te-quero letra! Te-quero letra!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Como se faz cor de laranja - David Pedro (4ºA)



 Como se faz cor de laranja é um livro de António Torrado que fala de um rapaz que procura teimosamente aprender a fazer cor-de-laranja para acabar o seu desenho. Ele não tem essa cor na sua caixa de aguarelas.
 Então, sai à rua e procura a todos aqueles que encontra na rua. Pergunta a um cientista, a um vendedor, entre outros, mas ninguém lhe sabe responder, até que desiste.
 Senta-se num banco ao lado de um cego. 
 É o cego que lhe diz como se faz...

Apresentar uma Biografia - Madalena Novo (4ºA)


António Torrardo - O Autor do Mês

  
 António Torrado nasceu em Lisboa em 1939 e é um escritor português voltado para a Literatura infanto-juvenil. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Coimbra. Dedicou-se à escrita dede muito novo, tendo começado a publicar aos dezoito anos. 
 A sua actividade profissional foi diversa: escritor, pedagogo, jornalista, editor, produtor e argumentista para a televisão. Tem trabalhado em parceria com Maria Alberta Menéres em diversos livros e programas de televisão.
 Actualmente, é coordenador do curso anual de Expressão Poética e Narrativa no Centro de Arte Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian. É o professor responsável pela disciplina de Escrita Dramatúrgica na Escola Superior de Teatro e Cinema. É ainda o dramaturgo residente na Companhia de Teatro da Comuna em Lisboa.
  A nossa professora, Ana Cristina Oliveira explorou connosco este autor a partir da leitura do conto «O Grilo Grilarim Trolaró». 

A cerejeira da Lua ... - Joana Januário (4ºA)



A cerejeira da Lua e outras histórias


   A cerejeira da Lua e outras histórias chinesas, de António Torrado reúne um total de quatro histórias, sendo uma delas inédita e tendo as restantes três sido já publicadas separadamente, em 1990 pelo Instituo Cultural de Macau.
  As ilustrações, realizadas propositadamente para esta edição, são de Alain Corbel, ilustrador francês residente em Portugal e galardoado com o Prémio Nacional de Ilustração relativo ao ano 2003.

Feira do Livro Usado












terça-feira, 17 de novembro de 2009

Leituras ...



«Com a ponta dos teus ramos chegarás à abóbada celeste e sacudirás o tronco invisível que sustém a lua, fazendo cair sonhos novos a nossos pés como flocos de neve tépida.» (1)


  É um livro raro. Uma prenda oferecida à imaginação, um conto de fadas onde todos, jovens e adultos podem descobrir em linhas de poesia o encanto e o deslumbramento.
  É um livro que nos conta a história de Jack. Um menino que nasce no dia mais frio de sempre e para poder viver recebe um relógio de madeira que é colocado no seu peito para ajudar a funcionar o seu coração. Jack sobrevive, mas o seu coração não sobreviverá às emoções mais fortes. O amor não lhe é recomendado, é mesmo um perigo, a maior das imprudências. Viverá ele então uma vida tranquila, isenta de perigo, cuidando do seu coração de madeira?
  Jack conhece uma pequena cantora de rua e o seu coração, o verdadeiro e o mecânico ficam deslumbrados. E ele não resiste. Viverá entre o sonho e a realidade, a imaginação e o quotidiano onde conhecerá a beleza, o encanto, mas também a crueldade do amor.
  É um livro lindo, único, onde revivemos a magia de nós próprios, esse País da Fantasia onde se mistutram sonhos e realidade. A Mecânica do Coração é uma abordagem imaginativa, fascinante a esse universo tantas vezes esquecido, mas que permite transcender a própria vida.
  Mecânica do Coração é uma aproximação para os adultos, a uma reconquista intemporal no sentido que Lewis Caroll fez para os mais jovens, em Alice nos País das Maravilhas. Um outro lado do espelho onde revivemos em personagens tão distantes e próximas, como Artur, Anna ou Luna a existência humana coberta pela ternura do sonho impossível. 
  Um livro a descobrir, a ler e a partilhar. Um livro para nos embalar e reconfortar «como uma lareira numa noite de Inverno», nas próprias palavras de Jack.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Os Melhores Livros Ilustrados de 2009

 A Book Review, desde 1952 organiza anualmente uma mostra crítica dos livros publicados para crianças em cada ano. O New York Times publicita nas suas páginas os dez mais, que são aqueles que no domínio da Literatura Infantil mais se destacaram.


Only a Witch Can Fly, escrito por Alison McGhee e ilustrado por Taeeun Yoo
(um poema ilustrado sobre o sonho de uma criança viajar na sua vassoura na noite do Halloween)



   Moonshot: The Fight of Apollo 11, livro da autoria de Brian Floca 
(um álbum ilustrado nos relata as dificuldades da viagem do Apollo11)



 The Odd Egg, livro escrito e ilustrado por Emily Gravett
 (uma divertida história em que um pato encontra um ovo de onde nasce um pequeno alligator) 



A Penguim Story, da autoria de Antoinette Portis
(uma aventura de pinguins na descoberta de novas cores e ambientes)



The Lion and The Mouse, de Jerry Pinkney
(Uma fábula já conhecida aqui com uma abordagem visual e sonora)



The Snow Day, de Komako Sakai
(as aventuras de um coelho ainda pequenino no momento em que ocorre um grande nevão



Tales From  Outer Suburbia, de Shaun Tan
(uma aventura por ambientes futuristas)



Eight Favorite Fairy Tales, de Lucy Cousins 
(uma abordagem colorida a desenhos clássicos)



White Noise, de David A. Carter
(uma proposta de abordagem ao cubismo e ao futurismo do início do século XX).



All The World, de por Liz Garton Scanlon e ilustrado por Marla Frazee
 (uma proposta de leitura que propõe uma viagem através de imagens e da poesia para nos conduzir por diferentes espaços e ambientes)