Nasceu em Lisboa, a dez de Maio de 1913, com o nome de João Henrique Pereira Villaret. Cresceu nos tumultuosos tempos da 1ª República. Estudou no Conservatório Nacional, foi actor de cinema, integrou grupos teatrais, mas foi sobretudo um artesão da palavra.
Declamou poesia para o grande público, tendo a televisão e o registo em disco deixado uma imagem da sua imensa genialidade. Num país cinzento, foi com Solnado uma das figuas capazes de sugerir imagens de transformação. Se Solnado o fez pelo riso, Villaret tinha também uma doçura e uma grandeza nos gestos e nas palavras, que deram tons novos à poesia de Pessoa, de Camões, de Florbela Espanca, entre muitos outros.
Villaret é um exemplo porque muitas das suas declamações são insuperáveis. Nem Mário Viegas soube ultrapassar a tonalidade da voz, a expressão de contrastes que ele pôs na Tabacaria de Pessoa. Contador de histórias, o seu exemplo é ainda maior pelo exemplo moral. Não são muitos os que usam as suas capacidades para o engrandecimento cultural e humano do País onde nasceram. Aqui fica um exemplo eterno da sua graça, num poema de José Régio.
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