Creio que foi o sorriso
O sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
Lá dentro, apetecia (...)
Na História Contemporânea quantas ideias brilhantes anunciadas, quantas revoluções a prometer uma manhã nova e mais feliz e todavia a tanta violência temos assistido. Tão grandes ideais que na grande maioria dos casos, quase sempre esqueceram o mais simples. Tanta genialidade para descobrirmos que na simplicidade, por ela teríamos chegado muito mais depressa, e com outro olhar ao nosso próprio futuro, o da nossa humanidade.
Arin Ahmed, uma jovem universitária palestiniana, num parque perto da capital de Israel, preparava-se para concretizar o que planeara durante anos, fazer-se explodir. Nenhum raciocínio, nenhum ideal a tinha feito parar na sua decisão de retirar a vida aos que serão os inimigos da sua cultura. No fim, acabou por não concretizar o acto pensado na defesa de um território, de um povo, mas com custos tão elevados, como a morte de inocentes.
O que a travou? O sorriso de uma criança. Afinal ainda há esperança para a raça humana, mesmo quando a comunicação entre culturas e civilizações parece impossível.
(1) Eugénio de Andrade, «O Sorriso», in Antologia Poética
Imagem, in Duda Daze
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