domingo, 25 de outubro de 2009

Nota de Abertura

  «A palavra escrita ensinou-me a escutar a voz humana.». (1)


   Palavras Tecidas pretende ser um blogue que procura reflectir sobre os sentidos, tons e linhas das palavras, a matéria-prima dos livros. Este espaço procurará ser nos próximos meses um lugar, um ambiente de comunicação onde se descrevem sonhos relativos  à natureza humana. Fazemos parte de uma espécie que utiliza a palavra para se exprimir, para como diz António Lobo Antunes «estar mais perto do coração da vida».
     Exprimimos com a palavra o que somos, as emoções que transportamos tentando dar sentido à aventura humana. É assim, também pelos livros que medimos a memória dessa ambição de tocar a beleza e a liberdade. Os livros são pois companheiros de uma viagem longa, atribulada, inconstante e desconhecida feita por todos nós, quase sempre num estado de incerteza como as crianças sem saberem muito bem onde poderemos chegar. Conduzimos pelos livros uma imensa aventura onde procuramos acrescentar uma linha, um verso, um traço,  uma palavra à fantástica aventura da vida. Lemos assim para que possamos renascer todos as manhãs. 
   Falaremos aqui do universo das palavras e dos seus operários, os escritores, «ilhas fraternas de ternura», nas palavras iluminadas de Lobo Antunes, no sentido de que mais possam ler, questionar, escrever. Este é  assim um projecto de uma comunidade educativa que procura partilhar leituras, trocar ideias reflectir sobre a experiência humana, escrevendo sobre o grande dever do Homem, o sonho, como o sugeriu Fernando Pessoa. 
   Ao ser um blogue de um Agrupamento de diferentes ciclos daremos uma amostragem para esses diferentes públicos de livros e actividades de diferentes contextos. Sugerimos como primeira proposta a de que professores, educadores, funcionários e encarregados de educação apresentem brevemente um livro que tenha tido para eles um significado especial, pela ideia, pelo espaço, pelo tempo ou prazer de leitura.
   Agora que se inicia este projecto, deixamos aui um palco, uma breve luz onde o Homem e a sua humanidade, o seu conhecimento, as suas emoções serão o elemento aglutinador a dinamizar neste projecto de leitura e escrita.


(1) Marguerite Yourcenar, Memórias de Adriano

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