A revista Time e os seus leitores escolheram Julien Assenge como a personalidade do ano. Acima das dúvidas que se instalam sobre a sua condenação em actividades da sua vida privada, há neste caso dimensões que importa destacar.
A tecnologia, como suporte de informação evidencia o poder da web em tornar acessível e transparente factos comprovados de acções cometidas por governantes como sendo eticamente inaceitáveis.
Dá-nos a confirmação que o modelo político do Ocidente e as suas instituições estão mergulhadas numa decadência que se justifica e afirma apenas pelo valor estratégico da economia e do serviço que promove a minorias. O serviço à causa pública é no essencial uma miragem. A tecnologia é uma ferramenta, um instrumento que transforma a informação. A tecnologia não encerra apenas formatos, trabalha os símbolos da informação.
As elites, as mais atrapalhadas virão dizer que não é bom critério a transparência. Que a cidadania é um princípio belo, certamente, mas apenas na segurança dos que guardam os palácios e os seus privilégios. Acontece que o fundador da Wikileaks é um símbolo pela força com que demonstra o que os governos ainda não perceberam. Uma ordem mundial satisfatória não é compatível com aparências de verdade.
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