«Quem, no meio de tudo isto, poderá conduzir o País? Quem nunca esteve envolvido num caso obscuro, quem nunca participou em governos desastrosos (...)? É possível que exista alguém que corresponda a este perfil, mas terá certamente menos de 10 anos. E colocar um menor de 10 anos no Governo do País poderá ter consequências trágicas: o País ficaria de certeza sem rumo, com o desemprego elevadíssimo, e manietado por uma crise profunda. Nem quero imaginar o que poderia acontecer» (1).
Com a habitual profundidade de quem compreende o País em que vive, o primeiro-ministro, reafirmou mais uma vez que não pedia desculpa pelas patrióticas medidas de empobrecimento a que o país está destinado. A clareza das instituições, a ética republicana assegurará a nossa felicidade.
Hoje, mais uma vez a taxa de desemprego chegou muito perto dos onze por cento. Dramático? Não exageremos. O que pode um governo, eleito por um contrato eleitoral bem definido e respeitador da sua palavra, fazer perante essa ameaça externa? Sejamos realistas.
O desemprego alimenta-se a si próprio. Incapazes de se empregar, os desempregados alimentam outros desempregados. Ainda por cima o desempregado aspira a ter o seu trabalho, aquele que aprendeu e não um outro. E espera um subsídio demasiado próximo do seu vencimento. Uma maçada. Não compreendem as paixões maléficas de especuladores a quem nós pedimos uns euros para melhor produzir, para mais saber, para investir em actividades produtivas. Só impossibilidades.
Sejamos humildes e reconheçamos quem nos quer bem. Quem aspira a que voemos em carris transfigurados de futuro, nos caminhos acertados com o imaginário da grandeza de um País nascido para iluminar o Mundo. Reconheçamos o génio. Deixemos a espuma dos dias.
(1) Ricardo Araújo Pereira, Visão
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