sexta-feira, 5 de março de 2010

O silêncio...

Uma criança de doze anos morreu. Saiu da escola onde era agredido e decidiu colocar fim ao sofrimento que sentia. Aparentemente ninguém sabia, ninguém viu nada e após umas páginas de um inquérito inconclusivo, porque incapaz de responsabilizar ficamos mudos. A realidade chorará por uns instantes. Alguns dirão que é o espelho de uma sociedade contemporânea, onde episódios infelizes acontecem. Será uma sociedade regulada na decência? Apenas algumas perguntas.

São estes factos isolados de uma ideia de escola, onde os valores de excelência são a reprodução de uma organização de sociedade que desvirtualiza as pessoas? O valor da individualidade pode existir numa inclusão forçada de todos, onde se pratica não a igualdade de oportunidades, mas o igualitarismo? Podem os alunos construir valores numa organização social, que é a Escola, quando os currículos fazem o seu próprio fraccionamento? E que sociedade pode ser construída com um mercado de trabalho com direitos pendentes a um passado que se julgava ultrapassado?

Quando morre uma criança às portas de uma escola, é ela própria e a sociedade que se afirmam incapazes de cumprir a sua função. O silêncio da maioria, é a grande ameaça aos direitos de cada um. Disse-o Martin Luther King. Sem uma consciência de valores, dos deveres de cada organização, poderemos ser uma sociedade viável, de felicidade e conquista do futuro?

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