É uma das figuras imortais dos nossos dias. Cantou a beleza, os encontros e desencontros dos seres humanos, revelou as paisagens quotidianas de um País diferente que ajudou a criar e participou na dinamização de um movimento cultural de grande valor, A Bossa Nova. Chama-se António Carlos Brasileiro Jobim e a sua arte musical e poética encheu de graciosidade todos os que tiveram a oportunidade de o ouvir.
Nasceu a 25 de Janeiro de 1927 no Rio de Janeiro e foi compositor, pianista, maestro, conversador nato e criador de uma paisagem poética que deslumbraria o Mundo, revelando como a cultura pode criar um País novo. Com simplicidade, continua a encantar-nos. Um poema e um excerto da sua magia.
Desafinado
“Se você disser que eu desafino amor
Saiba que isto em mim provoca imensa dor
Só privilegiados têm o ouvido igual ao seu
Eu possuo apenas o que deus me deu
Se você insiste em classificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isto é Bossa Nova, que isto é muito natural
O que você não sabe nem sequer pressente
É que os desafinados também têm um coração
Fotografei você na minha Rolley-Flex
Revelou-se a sua enorme ingratidão
Só não poderá falar assim do meu amor
Ele é o maior que você pode encontrar, viu
Você com a sua música esqueceu o principal
Que no peito dos desafinados
No fundo do peito
Bate calado, que no peito dos desafinados
também bate um coração.”
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