O Muro de Berlim é um dos marcos mais importantes da História Contemporânea, pois simboliza a divisão da Alemanha após o fim da segunda guerra mundial, mas é sobretudo um símbolo de um período e de uma divisão mundial entre dois blocos e dois modos de ver o mundo.
Até 1961 os habitantes de Berlim, os Berlinenses tinham acesso a circular livremente dentro da sua cidade. Fruto da guerra fria e da migração dos habitantes de Berlim Oriental para ocidente, aquela iniciou a construção de um muro a treze de Agosto de 1961. A sua construção dividiu ruas, prédios, separou famílias em poucas horas, tinha torres electrificadas, protegidas com arame farpado e vigiava todo o seu extenso espaço com cerca de trezentos postos guardados por soldados.
O Muro representou o pior de um mundo que não respeitava a liberdade individual das pessoas, a sua humanidade perante um Estado policial que segregava os seus cidadãos.
Os anos oitenta assistiram ao colapso de uma sociedade que impedia o indivíduo de participar criativamente na organização do seu presente. A ideia de que o Estado poderia regular, tudo, do nascimento à morte veio confirmar o absurdo de um modelo social e político. Os suportes dos regimes a leste, apoiados numa indústria obsoleta e excessivamente ligada à produção de equipamentos militares não souberam resistir às mudanças que foram surgindo. Da União Soviética, à Polónia e à Hungria o sistema socialista revelou-se incapaz de impedir uma mudança.
A 9 de Novembro de 1989, o mundo assistiria à queda de um muro, consequência da vontade de tantos alemães a leste de se mudarem para a parte oeste, processo que se verificou incontrolável.
O fim do muro representou o fim de uma hostilidade entre dois blocos e a abertura para um mundo mais livre e mais participativo. Em 1990 as duas Alemanhas iriam-se juntar formando um único País.
Importa não esquecer que existem ainda hoje muitos muros para abater, bem difíceis de eliminar, aquele que separa vizinhos e pessoas, que Benjamim Disraeli no século XIX tão bem enunciou:
« Duas nações entre as quais não há relacionamento, nem simpatia; que ignoram de tal forma os hábitos, pensamentos e sentimentos da outra parte que parecem habitantes de planetas diferentes. Os ricos e os pobres.» (1)
(1) Benjamin Disraeli, citado por Jean- Pierra Lehhman
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